SIF
- Synthetic Identity Fraud
A criação de identidades sintéticas (artificiais ou fictícias) que podem ser totais ou parciais (alguns dados reais mixados com dados fictícios) é a fraude que mais cresce no mundo financeiro global.
Fala-se
na casa de dezenas de bilhões de dólares.
Número
incerto porque as instituições financeiras precisam manter muito sigilo sobre
esse assunto, para não abalar a sua credibilidade junto ao mercado de
investidores e tomadores, assim como acionistas e notadamente os organismos
reguladores de cada país.
Fraude bem sofisticada:
Os
fraudadores mais sofisticados buscam empréstimos com esses falsos cadastros e
pagam religiosamente.
Para
validar a identidade falsa em bureaux de crédito, simulam um atraso para forçar
uma positivação e posterior negativação, criando um histórico real.
Depois,
já de posse de um credit score real e behavior score real, bem como histórico
real em bureaux de crédito, vem o golpe final com um valor bem maior.
Dificultadores:
- Os governos não possuem um banco de dados real que
possa servir de comprovação de existência de chaves públicas da Receita ou
do Detran, etc, para os bancos validarem a existência real de clientes (tipo a prova de vida do INSS do Brasil).
- Anualmente temos uma população inteira de jovens,
anualmente entrando no mercado de trabalho e, portanto, buscando
atividade bancária.
- No Brasil, por exemplo, temos 27% de pessoas
desbancarizadas ("unbanked"), ou seja, não tem conta nenhuma
porque são mão de obra informal.
A
tecnologia sofisticada:
- Técnicas de "machine learning", tais como
profundas redes neurais que identificam padrões associados com fraudes,
são de pouca utilidade porque os casos que foram descobertos são
insuficientes para "treinar" o sistema.
- "Unsupervised" técnicas de "machine
learning" que buscam encontrar anomalias nos dados também sofrem
porque não existe quase nenhuma diferença entre os dados de um SIF e os
dados de uma pessoa natural.
Então,
como descobrir SIFs?
Vejamos:
Pessoas
reais tem histórias reais, ou seja, dados espalhados em diferentes
"databases", e essas trilhas são quase impossíveis de gerar
"fakes".
Iremos
encontrar endereço, celular, e-mails e registros em geral em diversos
cadastros correspondentes à vida da pessoa natural.
Lembrando
que o SIF acaba indo parar em vários cadastros também, tais como cadastro
positivo, bureaux de crédito, ou seja, ele também vai criando um histórico
acidental.
Pontos
de atenção:
- Então, uma identidade real tende a ser consistente,
porque vários dados vão se repetir em vários "databases".
- Uma SIF tende a ser inconsistente porque se a
identidade for semi-sif, alguns dados irão reocorrer; outros, os
inventados, não.
- Um SIF completo já com histórico, nunca sofrerá
alterações em anos e anos.
O
que podemos buscar fazer para combater o SIF?
- Formalização de documentos em pessoa
- Checagem de renda através de terceiros
- Rastreamento e análise de informações de outros
"databases"
- Biometria facial x foto em documento
- Identificação de voz associada a um documento oficial
- Técnica geoespacial que confirme que o cliente está
originando o crédito do mesmo local por ele endereçado.
Alguns
checks são mais obstrutivos que outros, assim o bom senso deve priorizar os
menos obstrutivos primeiro. Precisamos preservar a performance do fluxo de
originação, bem como evitar reflexos desse trabalho em clientes reais que
podem sentir certa complexidade no processo e irem buscar outras opções no mercado.
Muitos
clientes compreendem, apreciam e aceitam que o seu banco tenha recursos de
segurança tão eficientes quanto possível, para tentar evitar fraudes! Mas nem
todos… Logo, essa política de combate à SIF deve ser muito bem planejada para
evitar efeitos colaterais indesejados.